Da Redação
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O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que há um “morticídio em curso” na guerra de Israel contra o Hamas.
O chanceler foi convidado a falar na Comissão de Relações Exteriores do Senado para dar explicações sobre as últimas falas do presidente Lula a respeito do conflito.
“Quantas vidas mais serão perdidas até que todos atuem para impedir o morticídio em curso? É nesse contexto, de profunda indignação, que se inserem declarações do presidente Lula. São palavras que expressam a sinceridade de quem busca preservar e valorizar o valor supremo que é a vida humana”, afirmou o chefe do Itamaraty.
Para Vieira, a cada dia que passa fica claro que a reação de Israel ao ataque sofrido tem sido extremamente desproporcional e não tem como alvo somente aqueles responsáveis pelos ataques, mas todo o povo palestino.
O chanceler ficou por cerca de duas horas e meia no colegiado nesta quinta-feira (14) e começou a participação com uma breve exposição sobre o balanço de 2023 e perspectivas para este ano do ponto de vista de agenda internacional.
Em respostas aos questionamentos dos senadores, o ministro também condenou o tratamento do governo israelense a Lula durante a crise aberta entre os dois países.
Lamento que a chancelaria de Israel tenha se dirigido de forma desrespeitosa a um chefe de Estado de um país amigo, o presidente Lula.
O chanceler afirmou ainda que o Brasil reagirá com diplomacia, sempre, mas com toda a firmeza a qualquer ataque que receber.
“Estou seguro de que as relações do Brasil com Israel e nossa amizade com o povo israelense sobreviverão ao comportamento do atual governo de Israel.”
Em fevereiro, durante uma agenda na Etiópia, Lula disse que “o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”.
A frase abriu uma crise entre Brasil e Israel a ponto do petista ser considerado “persona non grata” e o embaixador brasileiro, Frederico Meyer, ser chamado de volta à Brasília em sinalização do descontentamento do governo com as respostas de Israel em reação às falas de Lula.
Meyer foi levado ao Museu do Holocausto, em Tel Aviv, para uma conversa com autoridades do governo Netanyahu e, depois, passou por um momento de exposição na mídia israelense ao lado do ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz.