“Registrei famílias enlutadas, amigos que partiram, laços desfeitos por um vírus desconhecido e letal. São imagens que eternizam a dor, a ausência, mas também a resistência de um povo”. Essa fala do repórter fotográfico, Pitter Freitas, está ilustrada em fotos e sentimentos na exposição “Imagens que marcaram a pandemia a partir das lentes de Pitter Freitas”. As obras são frutos de um trabalho realizado entre 2020 e 2021 (período da Covid-19).
A proposta foi aprovada pelo Programa Nacional Aldir Blanc (PNAB), nível estadual, e vai acontecer na primeira semana de agosto com registros fotográficos de trabalhos, famílias, atuação de profissionais, atendimento nos hospitais, ruas vazias, momentos de dor e também de superação e vitória de um dos piores momentos da saúde mundial. As imagens retratam dor, medo e resistência à uma doença que assustou o mundo.

Pitter é parintinense e esteve na linha de frente no combate ao coronavírus, atuando com equipes de saúde, vigilância e da Prefeitura de Parintins. “Eu acompanhei a fiscalização, acompanhava os trabalhos feitos no Jofre (hospital), a chegada de oxigênio no aeroporto, a fiscalização nas ruas. Então, nesse momento que eu registrava surgiu a ideia de fazer uma exposição fotográfica”, conta.
Enquanto a grande maioria das pessoas precisavam estar trancada em casa, Pitter, assim como tantos outros profissionais da saúde e demais áreas, precisavam estar nas ruas e nos locais de atendimento aos doentes. Um momento delicado para a humanidade.

“A primeira palavra que vem na minha cabeça era o medo. Porque era algo desconhecido, ninguém sabia. Eu não fiquei no toque de recolher em casa. Eu estava na rua, correndo o risco de não voltar mais e ir direto para o hospital. Cada trabalho que eu fazia, eu ficava realmente com medo, mas era necessário estar ali”, revela o fotógrafo.
Mesmo sendo construído num momento de dor, Pitter conta que se sente feliz com o trabalho. “Apesar de ser um assunto delicado, porque a gente perdeu amigos, familiares, mas, é este trabalho é importante para a história. Somos sobreviventes, passamos por isso e hoje estamos aqui. A gente nem poderia realmente estar aqui, mas estamos aqui, graças a Deus. Estou bem entusiasmado com essa exposição”, revela.
A exposição será itinerante e vai acontecer na primeira semana de agosto em diversos pontos de Parintins como a praças, escolas, postos de gasolina e demais pontos que ainda serão definidos e que recebem grande circulação de pessoas.