Em uma entrevista exclusiva ao jornalista Roberto Cabrini, da Record TV, Cleusimar Cardoso e Ademar Cardoso, mãe e irmão de Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do Boi Garantido, negaram qualquer responsabilidade pela morte da artista. Djidja faleceu em 28 de maio de 2024, após o uso deliberado de cetamina, substância altamente viciante usada em animais de grande porte.
Confrontada sobre a responsabilidade em relação a sua filha, Cleusimar esquivou-se. “Nenhuma folha cai sem a permissão de Deus. Todos nós usávamos as mesmas doses de cetamina. Têm nossos exames… Se fosse uma overdose mesmo, por que o Ademar não está morto?, já que fazemos o uso do mesmo psicodélico… A escolha que fazemos da nossa vida. Somos seres individuais e eu não tenho como obrigar a ninguém a fazer nada… Djidja tinha 32 anos e ela tinha consciência do que fazia”, declarou a mãe.
Ao ser questionado por Cabrini, Ademar disse que não tinha como ajudar a irmã. “Eu era viciado também. Um cego não conduz o outro, eles caem no precipício”, respondeu
Cleusimar e Ademar foram presos dias após a tragédia, juntamente com outras pessoas envolvidas no caso. A entrevista foi no ambiente penitenciário.
Durante a entrevista, ficou claro o sincronismo na fala de Cleusimar e Ademar ao afirmarem que todos que utilizavam a substância o faziam por livre-arbítrio, incluindo Djidja. Eles reforçaram que não tem culpa pela morte da jovem, sustentando que o uso da cetamina era uma escolha pessoal e não algo imposto por qualquer um deles.
Em certo ponto da entrevista, Cabrini apresentou um vídeo gravado poucas horas antes da morte de Djidja, onde ela aparecia com uma seringa na mão, já mostrando sinais de sua saúde gravemente comprometida. A imagem chocante reforçou a gravidade do quadro em que Djidja se encontrava.
Além dos dois, outras pessoas também foram presas em decorrência do caso, com investigações apontando para um grupo, ligado a uma seita, onde a cetamina era utilizada durante os encontros. O caso trouxe à tona questões sobre o comércio ilegal da substância e seu uso indevido em um contexto que mistura espiritualidade e dependência química, gerando grande repercussão nacional.
Djidja foi sinhazinha do Boi Garantido por cinco anos e também atuava como empresária do ramo de salão de beleza.
Publicado originalmente pelo site AM em Pauta.