Com objetivo de contribuir socialmente com a promoção de inclusão de indígenas com deficiência no contexto escolar, o pesquisador Reinaldo Oliveira Menezes defendeu a tese intitulada “Política de Educação Especial na Perspectiva da Interculturalidade no Contexto da Educação Escolar Indígena do Povo Baré”, no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE), na tarde de quinta-feira (19 de dezembro), no Miniauditório do PPGE no campus da Ufam em Manaus.
Graduado em Filosofia e Serviço Social, Reinaldo enfatizou a importância de respeitar as especificidades culturais dos povos indígenas. “Ao propor uma política de Educação Especial na perspectiva intercultural, a tese fomenta a equidade, valoriza a diversidade e fortalece os direitos educacionais dos povos indígenas, contribuindo para o fortalecimento da educação escolar indígena, sobretudo o acesso, a permanência, o ensino-aprendizagem e a participação dos indígenas como público-alvo da educação especial”, explicou o então doutor.
Além da orientadora e presidente da banca, professora doutora Helen Cristina Picanço Simas, participaram da avaliação as professoras doutoras Valéria Augusta Cenqueira de Medelros Welgel e Suely Aparecida do Nascimento Mascarenhas (membros internos do PPGE), e Michele Aparecida de Sá (membro externo – UFMG).
“A pesquisa desenvolvida pelo Reinaldo representa um avanço nas pesquisas do programa de pós-graduação em Educação da Ufam e do Núcleo de Estudos de Linguagens da Amazônia (Nel-Amazônia), dos quais o pesquisador faz parte, por ampliar a discussão da interface educação especial e educação escolar indígena. Temática ainda carente de estudos”, declarou Hellen Simas.
O objetivo geral da pesquisa foi discutir a Política de Educação Especial na Perspectiva da Interculturalidade no contexto da Educação Escolar Indígena, buscando responder questões sobre abordagem da Educação Especial na Perspectiva Intercultural para garantir um atendimento educacional especializado voltado para os indígenas com deficiência? Qual é a cosmovisão dos indígenas em relação à deficiência? Como devem ser conduzidos o trabalho pedagógico e o atendimento especializado para atender a essas demandas na educação escolar indígena?
Com uma abordagem qualitativa e fundamentada no método hermenêutico-dialético, a pesquisa concluiu que a ausência de uma Política de Educação Especial na Perspectiva Intercultural exclui os educandos indígenas com deficiência, comprometendo seu desenvolvimento integral. “A inclusão exige práticas que respeitem a cosmovisão indígena, capacitem educadores e promovam uma abordagem participativa, assegurando que os saberes e as tradições culturais sejam valorizados no atendimento educacional especializado”, afirma resumo do trabalho.